sábado, 23 de outubro de 2010

Eu.


Abismo. Meus pés oscilam entre ir e ficar. O vazio e o frio da escuridão consomem as minhas forças ainda mais, me encontro só, sinto vontade de despencar. O enorme buraco que vejo em minha frente foi cavado por minhas escolhas, um escorregão que não deveria ser dado, o solo tava firme. Sento, o corpo se encontra fragilizado, a alma amargurada e o coração despedaçado, observo as nuvens que se formam paralelas a mim, elas devem sentir a minha dor. Respiro e penso, reflito. Passa o tempo e percebo que posso preencher o vácuo com frutos que colherei das alternativas que aceitei para mim. Não irei me atirar, daqui de cima a brisa seca as lágrimas que incoscientemente rolam, apaziguando o coração machucado de tantas cobranças e quietudes. Só clamo. Por favor, não me atirem mais pedras!

Carol Andrade

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